quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Os grupos da Copa

No último dia 4, depois das tradições apresentações que sempre ficam um pouco maçante para quem acompanha pela TV, foram sorteados os grupos de seleções para a Copa do Mundo.
Na Canarinha, o treinador Dunga até falou que não é um dos favoritos ao título... deve fazer parte das estratégias fora de campo. Às vezes, a questão da confiança que uma seleção brasileira pode demonstrar é algo relativo. Alguns consideram que seleção de 82 era mais confiável que a de 70; antes da bola rolar, a de 98 sofreu menos crítica que a de 94 e a 2002 era menos "estrelar" que a de 2006. Itália e Alemanha contam com algumas estrelas, mas o ponto mais forte de cada uma é mesmo o conjunto... talvez o ponto mais questionável no Brasil.

Grupo A: África do Sul, México, Uruguai e França.

O caminho para Parreira tentar um milagre é bem árduo. Mais uma vez o treinador brasileiro terá de encarar os franceses. É um grupo equilibrado. Na teoria, os Sulafricanos são cabeça de chave; na prática, apesar da maõzinha na classificação e o momento não ser dos melhores, os franceses devem fazer o papel de força maior do grupo graças à tradição. O problema dos blues é a falta de equilibrio no elenco. Alguns excessivamente experientes; outros excessivamente verdes... não como os irlandeses. México e Uruguai apostam suas fichas nas estrelas Rafa Marquez e Fórlan, respectivamente.

Curiosidade: As duas seleções deste grupo que já foram campeãs mundiais, se classificaram na repescagem. Os uruguaios se aproveitaram da queda de rendimento de Costa Rica; os franceses, das costas de Henry, tapando a visão da arbitragem no gol da classificação.

Palpite: França e México.

Grupo B: Argentina, Nigéria, Coréia do Sul e Grécia.

Apesar da falta de tradição dos concorrentes, os hermanos não devem ter vibrado tanto com o resultado do sorteio. A seleção nigeriana é traiçoeira, além de contar com o Obinna original, a Nigéria é forte - nos dois sentidos - do meio para frente. A Grécia, que aprontou na Euro 2004, fez bonito nas eliminatórias, por isso, os gregos podem querer complicar mais que a própria língua oficial. A Coréia do Sul está ganhando experiência nas últimas Copas e pode complicar também, desde 86 o país não ficou de fora da competição e 2002, na condição de anfitrião, chegou às semifinais.

Curiosidade: Depois de 16 anos da famosa careta, caso permaneça no cargo, será que Maradona ainda festejaria um gol argentino contra a Grécia em frente a uma câmera? ...tudo bem, não há antidoping para treinador.

Palpite: Argentina e Nigéria.


Grupo C: Inglaterra, Estados Unidos, Argélia e Eslovênia.

No momento do sorteio, o meia Beckham foi um grande ator. A cada seleção sorteada para o grupo C, o jogador inglês interpretava uma feição de surpresa sem felicidade... no fundo, Beckham queria mesmo era soltar gargalhdas. O grupo C uniu Estados Unidos - que apesar ter chegado à final da Copa das Confederações, ainda teria muito a apresentar para ser considerada uma forte equipe -, Argélia e Eslovênia. O maior perigo para os súditos da Rainha seria uma surpresa européia ou a força anfitriã do continente africano pesar mais que o esperado. Na teoria, Eslovênia e Argélia estão comendo pelas beiradas já na primeira fase.

Curiosidade: Mesmo com pouca tradição no futebol, os Estados Unidos participaram da primeira edição da Copa, em 1930. Apesar de serem os inventores do futebol, a Inglaterra estreou na Copa 20 anos após os Estados Unidos.

Palpite: Inglaterra e Estados Unidos.


Grupo D: Alemanha, Austrália, Gana e Sérvia.

Pela facilidade de classificação, bom elenco e tradição, a Alemanha não deve encontrar muita dificuldade para honrar a condição de cabeça de chave. Por jogar no continente africano, a seleção alemã redobrará as atenções ao respeitável selecionado de Gana. Com a estrela do volante Essien, Gana se destacou pela força defensiva nas eliminatórias africanas. Com uma seleção pela primeira vez desanexada de Montenegro, a Sérvia surpreendeu nas eliminatórias, deixando a cambaleante seleção francesa no sufoco. Correndo pelas beiradas, a Austrália terá de suar muito para comprovar que uma nova classificação para às oitavas não seria um erro da lógica... em 2006, o erro foi mesmo da arbitragem favorecendo os italianos.

Curiosidade: Desde 86, quando as copas adotaram o sistema de eliminação seguindo oitavas de final, a Alemanha é a única seleção a chegar, no mínimo, às quartas.

Palpite: Alemanha e Gana.


Grupo E: Holanda, Dinamarca, Japão e Camarões.

Num dos grupos mais empolgantes da Copa, Holanda e Dinamarca chegam com a moral de realizaram grande campanha nas eliminatórias européias. Com um elenco mais qualificado, a Holanda, primeira seleção européia a garantir vaga na Copa, é a real favorita a conquistar mais um êxito. Os dinamarqueses apostam suas fichas no jovem atacante Bendtner, que atualmente joga no Arsenal. Na onda das apostas em um jogador, Camarões deixa a condição de super-herói para Eto'o - quis o destino não deixar mais um grande jogador na história não disputar uma Copa do Mundo. De ficha em ficha, o Japão quer mais uma vez mostrar que aprendeu bem as lições sobre como jogar um futebol competitivo.

Curiosidade: A Dinamarca sempre honrou o slogan de Dinamáquina. Os dinamarqueses disputaram a Copa em apenas três edições, mas em todas passou da primeira fase. Em 98, por exemplo, deu muito trabalho para os brasileiros conquistarem a última vitória naquela Copa.

Palpite: Holanda e Dinamarca.


Grupo F: Itália, Paraguai, Nova Zelândia e Eslováquia.

Ainda com um pouco de ressaca do último título mundial, a Itália chegará à África do Sul de forma mais "tímida", mas sempre perigosa. Tradicionalmente, a Azurra não chega a uma Copa do Mundo cheia de pompa, mas tradicionalmente é a segunda maior força da competição. A Itália sofre com a falta de reciclagem na madura defesa e de confiança na juventude ofensiva. O Paraguai tentará mostrar que a regularidade nas Eliminatórias não é sinal de Cavalo Paraguaio. Contando com bons atacantes como Santa Cruz e Valdez, os paraguaios tentarão superar a história e avançar além das oitavas. Estreante, a Eslováquia tentará, ao lado da Nova Zelândia, fazer "bonito"... nem que seja apenas na primeira fase.

Curiosidade: Ao lado do Brasil, a Itália conquistou uma "dobradinha" em Copas do Mundo. Vencendo em 34 e 38, a Itália ainda estaria com apetite para nova dobradinha?

Palpites: Itália e Paraguai.

Grupo G: Brasil, Coréia do Norte, Costa do Marfim e Portugal.

O Brasil vibrou apenas com o resultado do primeiro concorrente no grupo. Ao acompanhar a presença da Coréia do Norte, a sensação era de possível facilidade no complemento... mero engano. O anúncio da Costa do Marfim, melhor seleção africana da atualidade - jogando no próprio continente - deixou uma pulga atrás da asa da Canarinha. Para completar a energia do sinal de alerta, Portugal, mesmo em má fase, deixou Dunga bastante pensativo. No meio de tantos nomes orientais, a Coréia do Norte tentará escalar o Sobrenatural de Almeida.

Curiosidade: Juntando as seleções concorrentes, a brasileira tem mais que o dobro de participação em Copas do Mundo. Participando de todas as edições, o Brasil acumula 18 Copas, a concorrência apenas oito.

Palpite: Brasil e Costa do Marfim.


Grupo H: Espanha, Suíça, Honduras e Chile.

Aparentemente, o elenco da Espanha estaria no ponto certo para fazer algo mais que disputar as oitavas. Pela média do elenco, há o equilíbrio e harmonia entre experiência e vitalidade. A Fúria deve ficar ainda mais furiosa se não chegar, no mínimo, a uma semifinal. O atual título da Eurocopa coloca os espanhóis como fortes candidatos ao título. Da concorrência ao posto da segunda vaga, a Suíça teve altos e baixos nas últimas competições. Os suíços foram relativamente bem na Alemanha em 2006, fracassaram na última Euro e foram bem nas Eliminatórias. Com o comando técnico do argentino Bielsa, o Chile teve muita tranquilidade para se classificar para a Copa. Depois da crise polìtica, Honduras teve uma reação no futebol, ao aproveitar o vacilo da Costa Rica na Concacaf.

Curiosidade: Algum país de língua espanhola se classificará deste grupo que, assim como no Grupo E, não tem campeões mundiais.

Palpite: Espanha e Suíça.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Brasileirão 38ª rodada - Viva um Fla! O Flamengo e o Flagelo do futebol

A última rodada do Brasileirão definiu o título, incontestável, do Flamengo. O Urubu subiu na hora certa e de desacreditado festejou o sexto título de campeonatos nacionais - cinco Brasileirões. A grande cartada rubronegra carioca foi o crédito depositado no treinador Andrade. O ídolo flamenguista soube armar corretamente em campo e fora dele teve a malandragem para evitar grandes atritos em um elenco cheio de possibilidade de pólvoras. Adriano e Petcovick foram fundamentais ao longo da campanha.
O campeonato deste ano foi o mais emocionante na era dos pontos corridos, mas na última rodada o flagelo da violência nas torcidas de futebol insistiu em aparecer de forma coletiva. No Couto Pereira, na Vila Belmiro e até nas ruas, entre flamenguistas, que "comemoravam" o título.
Claro, o problema é de questão social, não é pura e exclusivamente uma questão fechada no futebol... pessoas que se comportam de forma irracional com camisa de times de futebol aguardam qualquer brecha para agir com suas "mentalidades instestinais", seja no carnaval, nos jogos da seleção, nos grandes eventos musicais, por exemplo.
Mas como órgão gestor do futebol nacional, a CBF age quase com a mesma moeda aos ouvidos do bom senso. A velha resposta de Ricardo Teixeira, de que não é responsável pela violência fora dos estádios é uma bofetada no pé do ouvido do bom senso. Além disso, o gestor das verbas lucrativas da CBF terá de analisar melhor as respostas anteriores... já que em Curitiba a pancadaria foi no Couto Pereira.

...mas não sejamos levianos. Não deve ser o momento de discutir melhorias do bem estar dos torcedores nos estádios e fora deles. Aliás, é época de encher as pautas jornalísticas com o Flamengo, com o próprio Teixeira na África do Sul e com Papai Noel nas chaminés.


Destaques:

Positivo: Flamengo. Não podia ser diferente.

Negativo: Coritiba. Não embalou e caiu na zona justamente na última rodada.

Pedra na chuteira: Celso Roth, ex-treinador do Galo. Depois de cinco rodadas seguidas com derrota, o treinador confirmou que sempre cai de rendimento na reta final.

Tirando uma pedra da chuteira: Kléber, atacante do Cruzeiro. Depois da briga com a torcida celeste com ciúme do carinho palmeirense, o Gladiador classificou o Cruzeiro para Liberadores deixando justamente o Verdão de fora.

Gol da rodada: Ronaldo Angelin. Gol do título.

Deu com os burros n'água: Internacional. Por alguns minutos, o Colorado paquerou a taça, mas parece que tudo foi uma piada de mal gosto do rival Grêmio.

Rei da rodada:Washington, atacante do São Paulo. Marcou três gols e manteve a pose, mesmo sem o título.

Sem ter o que dizer em casa: Muricy Ramalho, treinador do Palmeiras. O Verdão esteve durante várias rodadas na liderança... na última teve de contentar com a Sulamericana.


Náutico 0 x 1 Avaí - O Avaí não deixou o Timbú se despedir com vitória. Em um jogo de poucas pretensões, o Leão da Ilha catarinense superou melhor campanha que o rival Figueirense na era dos pontos corridos. Neste ano, o Náutico até superou o rival Sport... mas não festejou. O jogo foi fraco, desmotivante, mas a torcida alvirrubra usou a inteligência para protestar o momento. Alguns torcedores jogaram dominó durante a partida. Em campo, não teve carroça, buchuda, mas uma "cruzada" de esquerda do bom lateral Eltinho.

Atlético-MG 0 x 3 Corinthians - Em banho maria, o Mineirão encharcado serviu de abate do Galo. Debaixo de muita água, o alvinegro paulista lavou a honra. Antes de entrar em campo, o Timão lamentava série de três derrotas consecultivas, o Galo "continuou" lamentando a série de seis derrotas. Pouco utilizado nesta temporada, e sendo sondado por vários clubes, o atacante Souza foi o nome do jogo. O grandalhão marcou dois gols no primeiro tempo, um golaço de fora da área e outro de pênalti. No segundo tempo, Bill dividiu com o goleiro e com a poça d'água antes de bater, quase sem ângulo, para o fundo das redes.

São Paulo 4 x 0 Sport - Em época de megassena acumulada, o Leão da Ilha acumulou uma quadra no Morumbi. Desmotivado, o time pernambucano não deu muito trabalho ao time da casa, que ainda lutava pelo título. Washington marcou três gols. Mantendo a boa média contra o Sport, Rogério Ceni, em cobrança de falta, ainda venceu o bom goleiro Magrão. Atordoado em campo, o Leão da Ilha só venceu o São Paulo no número de expulsões, duas contra uma... na história, o Sport ainda deve pelo menos um empate com o São Paulo no Morumbi.

Santos 1 x 2 Cruzeiro - Na Vila, o Cruzeiro garantiu vaga na Libertadores. O time comandado por Adilson Batista jogou exercendo forte marcação e contra-ataques em velocidade. Logo aos 4 minutos, Welligton Paulista soltou uma bomba, depois de passe do lateral Jonathan. O Peixe correu para reverter o prejuízo ainda no primeiro tempo, quando exigiu bastante do goleiro Fábio. No segundo tempo, Neymar deixou o placar em igualdade. Mas aos 30 do segundo, o Gladiador Kléber, voltando de cirurgia no Púbis, entrou em campo para marcar o gol da classificação mineira.

Barueri 0 x 0 Atlético-PR - O Abelhão segurou o Furacão e se classificou para a Sulamericana. Jogando fora da Arena - em reforma, o Barueri fez o que era necessário para conquistar vaga para a Copa Sulamericana de 2010. Mesmo com boa apresentação de Val Baiano e Thiago Humberto, o time paulista não passou pelo goleiro Galatto. Sem medo de cair, o Furacão apenas soube do vendaval que acontecia no Couto Perreira.

Coritiba 1 x 1 Fluminense - O Coxa não teve pernas - nem cabeça - para segurar a força do Rio. Baixando o valor do ingresso, a diretoria do Coritiba planejou forte apoio para evitar uma queda. O Flu saiu na frente com uma bomba de Marquinho aos 27 minutos de jogo. Menos de 10 minutos depois, Pereira, de cabeça, empatou o jogo. Com o empate em casa e a vitória do Fogão, o Coritiba acabou na posição que tanto temia. O pior de tudo foi o comportamento da torcida, que mesmo se "existisse" uma causa, deveria apenas guardas as esperanças para uma próxima temporada revigorante.

Internacional 4 x 1 Santo André - O Saci e o Santo aguardaram o faltoso Sobrenatural de Almeida, mas conheceram mesmo as "segundas opções" . O Colorado nadou, nadou, mas "morreu" no Beira-Rio. O Santo ainda mantinha fé para conhecer uma combinação matemática que até Deus duvidava. Lamentando o "fracasso" gremista no Maracanã, o Inter fez o seu papel e escreveu quatro gols. O Ramalhão também balançou a rede... balançou e caiu para a segundona. O segundo lugar lugar ficou para o Colorado.

Flamengo 2 x 1 Grêmio - De virada, o Urubu beijou a taça de 09. Com Maracanã bem lotado, o jovem time gremista abriu o placar com o atacante Roberson. Sem recuar, os gaúchos acabaram sofrendo o empate ainda no primeiro tempo, com gol do zagueiro David. A inexperiência dos visitantes falou mais alto no barulhento Maracanã. No segundo tempo, o Tricolor deu muito espaço e Marcelo Grohe se virava como podia... mas quem virou mesmo foi o Urubu. Depois de cobrança de escanteio, Ronaldo Angelim testou para o fundo da rede. O lateral Mário Fernandes ainda "perdeu" uma grande chance de dar o título ao Colorado.

Vitória 2 x 2 Goiás - No sufoco, o Vitória garantiu vaga na Sulamericana. O Leão da Barra teve dificuldade para encontrar espaços na defesa goiano até os 31 minutos de jogo. Roger abriu o placar com chute forte no ângulo direito. Depois, ainda na primeira etapa, o Vitória perdeu várias oportunidades de ampliar o placar. No segundo tempo, organizado em campo, o Goiás fez dois gols com o bom atacante Felipe. No sufoco e no desespero, Leandro Domingues empatou o jogo garantindo o preciso ponto para o Vitória disputar a Sulamericana 2010.

Botafogo 2 x 1 Palmeiras - Em época de convenções ambientalistas, o Fogão queimou o Verdão, mas evitou apagão na Série A. No Engenhão, o Bota tirou o Palmeiras da Libertadores. Exercendo forte poder de marcação, os donos da casa precisavam da vitória para permanecer na primeira divisão. Os gols saíram apenas no segundo tempo... o "segundo" não foi mal presságio para a Estrela Solitária. Welligton e Jobson marcaram para os cariocas. Robert, nos descontos, descontou sem a devida proporção.