A última rodada do Brasileirão definiu o título, incontestável, do Flamengo. O Urubu subiu na hora certa e de desacreditado festejou o sexto título de campeonatos nacionais - cinco Brasileirões. A grande cartada rubronegra carioca foi o crédito depositado no treinador Andrade. O ídolo flamenguista soube armar corretamente em campo e fora dele teve a malandragem para evitar grandes atritos em um elenco cheio de possibilidade de pólvoras. Adriano e Petcovick foram fundamentais ao longo da campanha.
O campeonato deste ano foi o mais emocionante na era dos pontos corridos, mas na última rodada o flagelo da violência nas torcidas de futebol insistiu em aparecer de forma coletiva. No Couto Pereira, na Vila Belmiro e até nas ruas, entre flamenguistas, que "comemoravam" o título.
Claro, o problema é de questão social, não é pura e exclusivamente uma questão fechada no futebol... pessoas que se comportam de forma irracional com camisa de times de futebol aguardam qualquer brecha para agir com suas "mentalidades instestinais", seja no carnaval, nos jogos da seleção, nos grandes eventos musicais, por exemplo.
Mas como órgão gestor do futebol nacional, a CBF age quase com a mesma moeda aos ouvidos do bom senso. A velha resposta de Ricardo Teixeira, de que não é responsável pela violência fora dos estádios é uma bofetada no pé do ouvido do bom senso. Além disso, o gestor das verbas lucrativas da CBF terá de analisar melhor as respostas anteriores... já que em Curitiba a pancadaria foi no Couto Pereira.
...mas não sejamos levianos. Não deve ser o momento de discutir melhorias do bem estar dos torcedores nos estádios e fora deles. Aliás, é época de encher as pautas jornalísticas com o Flamengo, com o próprio Teixeira na África do Sul e com Papai Noel nas chaminés.
Destaques:
Positivo: Flamengo. Não podia ser diferente.
Negativo: Coritiba. Não embalou e caiu na zona justamente na última rodada.
Pedra na chuteira: Celso Roth, ex-treinador do Galo. Depois de cinco rodadas seguidas com derrota, o treinador confirmou que sempre cai de rendimento na reta final.
Tirando uma pedra da chuteira: Kléber, atacante do Cruzeiro. Depois da briga com a torcida celeste com ciúme do carinho palmeirense, o Gladiador classificou o Cruzeiro para Liberadores deixando justamente o Verdão de fora.
Gol da rodada: Ronaldo Angelin. Gol do título.
Deu com os burros n'água: Internacional. Por alguns minutos, o Colorado paquerou a taça, mas parece que tudo foi uma piada de mal gosto do rival Grêmio.
Rei da rodada:Washington, atacante do São Paulo. Marcou três gols e manteve a pose, mesmo sem o título.
Sem ter o que dizer em casa: Muricy Ramalho, treinador do Palmeiras. O Verdão esteve durante várias rodadas na liderança... na última teve de contentar com a Sulamericana.
Náutico 0 x 1 Avaí - O Avaí não deixou o Timbú se despedir com vitória. Em um jogo de poucas pretensões, o Leão da Ilha catarinense superou melhor campanha que o rival Figueirense na era dos pontos corridos. Neste ano, o Náutico até superou o rival Sport... mas não festejou. O jogo foi fraco, desmotivante, mas a torcida alvirrubra usou a inteligência para protestar o momento. Alguns torcedores jogaram dominó durante a partida. Em campo, não teve carroça, buchuda, mas uma "cruzada" de esquerda do bom lateral Eltinho.
Atlético-MG 0 x 3 Corinthians - Em banho maria, o Mineirão encharcado serviu de abate do Galo. Debaixo de muita água, o alvinegro paulista lavou a honra. Antes de entrar em campo, o Timão lamentava série de três derrotas consecultivas, o Galo "continuou" lamentando a série de seis derrotas. Pouco utilizado nesta temporada, e sendo sondado por vários clubes, o atacante Souza foi o nome do jogo. O grandalhão marcou dois gols no primeiro tempo, um golaço de fora da área e outro de pênalti. No segundo tempo, Bill dividiu com o goleiro e com a poça d'água antes de bater, quase sem ângulo, para o fundo das redes.
São Paulo 4 x 0 Sport - Em época de megassena acumulada, o Leão da Ilha acumulou uma quadra no Morumbi. Desmotivado, o time pernambucano não deu muito trabalho ao time da casa, que ainda lutava pelo título. Washington marcou três gols. Mantendo a boa média contra o Sport, Rogério Ceni, em cobrança de falta, ainda venceu o bom goleiro Magrão. Atordoado em campo, o Leão da Ilha só venceu o São Paulo no número de expulsões, duas contra uma... na história, o Sport ainda deve pelo menos um empate com o São Paulo no Morumbi.
Santos 1 x 2 Cruzeiro - Na Vila, o Cruzeiro garantiu vaga na Libertadores. O time comandado por Adilson Batista jogou exercendo forte marcação e contra-ataques em velocidade. Logo aos 4 minutos, Welligton Paulista soltou uma bomba, depois de passe do lateral Jonathan. O Peixe correu para reverter o prejuízo ainda no primeiro tempo, quando exigiu bastante do goleiro Fábio. No segundo tempo, Neymar deixou o placar em igualdade. Mas aos 30 do segundo, o Gladiador Kléber, voltando de cirurgia no Púbis, entrou em campo para marcar o gol da classificação mineira.
Barueri 0 x 0 Atlético-PR - O Abelhão segurou o Furacão e se classificou para a Sulamericana. Jogando fora da Arena - em reforma, o Barueri fez o que era necessário para conquistar vaga para a Copa Sulamericana de 2010. Mesmo com boa apresentação de Val Baiano e Thiago Humberto, o time paulista não passou pelo goleiro Galatto. Sem medo de cair, o Furacão apenas soube do vendaval que acontecia no Couto Perreira.
Coritiba 1 x 1 Fluminense - O Coxa não teve pernas - nem cabeça - para segurar a força do Rio. Baixando o valor do ingresso, a diretoria do Coritiba planejou forte apoio para evitar uma queda. O Flu saiu na frente com uma bomba de Marquinho aos 27 minutos de jogo. Menos de 10 minutos depois, Pereira, de cabeça, empatou o jogo. Com o empate em casa e a vitória do Fogão, o Coritiba acabou na posição que tanto temia. O pior de tudo foi o comportamento da torcida, que mesmo se "existisse" uma causa, deveria apenas guardas as esperanças para uma próxima temporada revigorante.
Internacional 4 x 1 Santo André - O Saci e o Santo aguardaram o faltoso Sobrenatural de Almeida, mas conheceram mesmo as "segundas opções" . O Colorado nadou, nadou, mas "morreu" no Beira-Rio. O Santo ainda mantinha fé para conhecer uma combinação matemática que até Deus duvidava. Lamentando o "fracasso" gremista no Maracanã, o Inter fez o seu papel e escreveu quatro gols. O Ramalhão também balançou a rede... balançou e caiu para a segundona. O segundo lugar lugar ficou para o Colorado.
Flamengo 2 x 1 Grêmio - De virada, o Urubu beijou a taça de 09. Com Maracanã bem lotado, o jovem time gremista abriu o placar com o atacante Roberson. Sem recuar, os gaúchos acabaram sofrendo o empate ainda no primeiro tempo, com gol do zagueiro David. A inexperiência dos visitantes falou mais alto no barulhento Maracanã. No segundo tempo, o Tricolor deu muito espaço e Marcelo Grohe se virava como podia... mas quem virou mesmo foi o Urubu. Depois de cobrança de escanteio, Ronaldo Angelim testou para o fundo da rede. O lateral Mário Fernandes ainda "perdeu" uma grande chance de dar o título ao Colorado.
Vitória 2 x 2 Goiás - No sufoco, o Vitória garantiu vaga na Sulamericana. O Leão da Barra teve dificuldade para encontrar espaços na defesa goiano até os 31 minutos de jogo. Roger abriu o placar com chute forte no ângulo direito. Depois, ainda na primeira etapa, o Vitória perdeu várias oportunidades de ampliar o placar. No segundo tempo, organizado em campo, o Goiás fez dois gols com o bom atacante Felipe. No sufoco e no desespero, Leandro Domingues empatou o jogo garantindo o preciso ponto para o Vitória disputar a Sulamericana 2010.
Botafogo 2 x 1 Palmeiras - Em época de convenções ambientalistas, o Fogão queimou o Verdão, mas evitou apagão na Série A. No Engenhão, o Bota tirou o Palmeiras da Libertadores. Exercendo forte poder de marcação, os donos da casa precisavam da vitória para permanecer na primeira divisão. Os gols saíram apenas no segundo tempo... o "segundo" não foi mal presságio para a Estrela Solitária. Welligton e Jobson marcaram para os cariocas. Robert, nos descontos, descontou sem a devida proporção.
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