Assim como uma naja encantada, a cobra coral tenta, mais uma vez, se reerguer na temporada 09. Depois de acumular recordes negativos em todos os setores, o Santa Cruz aposta em um marketing "venenoso" para ofender a má fase dos últimos anos. De acordo com a meta do diretor de marketing, José Nivaldo Brayner, o "bote" coral terá que alcançar 25 mil associados até o início da Série D. Atualmente, são quatro mil associados.
No marketing futebolístico competente, todas as ações que reflitam a imagem do clube devem seguir uma filosofia unâmine e com apelo consistente, verdadeiro. Por exemplo, no ano passado, uma declaração do treinador Zé do Carmo foi, no mínimo, equivocada: "Conquistaremos a tríplice coroa. Seremos campeões do Pernambucano, da Série C e da Copa do Brasil".
Claro, como discurso para a próxima temporada, não seria saudável falar em evitar segunda divisão estadual e disputar sem pretensões a Copa do Brasil e a Série D. Aliado com as possíveis dificuldades que o time terá em campo, o marketing tem o difícil desafio de "encantar" mais que resultados que incomodam a massa coral. Não adianta falar em time em pé de igualdade com os tradicionais rivais e as dificuldades com os lanternas do Pernambucano persistirem. O "target" coral precisa ser criativo e não criar falsas expectativas. O jargão de "futebol é apenas resultado" pode trazer péssimos resultados a médio e longo prazo. O efeito colateral de clube que promete, mas não cumpre é mais venenoso que picada de cobra, desativando laços de confiança entre torcida e cartolas.
A quarta divisão, atualmente, é chão do futebol nacional. Como no truque do tocador de flauta encantada, a "naja coral" precisa subir, mas sem qualquer tipo de ilusão. Na verdade, assim como a naja "artista", a cobra coral está com fome e precisa reaparcer.
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