O dito popular de que a vida começa aos 40 é muito bem impregado para a atual situação do Brasileirão. Com o equlíbrio de condições técnicas entre as equipes, esta é a edição mais "embolada" da era dos pontos corridos. Desta forma, a matemática contra o rebaixamento está sendo extremamente seguida e conferida para tentar encontrar a exatidão contra a queda.
Na tabela de classificação, equipes que insistem em permanecer na casa dos 30 estão sendo engolidas pela Segundona. O "jovem" Sport parou aos 31 e para voltar a pensar em disputas na Série A estará pelo menos dois anos mais velho. Tentando sair da casa dos 30 nesta altura da competição, Náutico e Santo André protagonizam a saga da ficação Espera por um Milagre... ou ganham mais alguns ano de vida ou estarão fadados ao corredor da morte.
A vida realmente começa aos 40. Das "décadas" na tabela de classificação, os quarentões dividem maior variedade de situações. Tem quarentão tentando ganhar fôlego, fugir da degola, domir no Limbo, disputar a Sulamericana e até "deixando a vida lhe levar". A "vida" para o Flu correu num passar de olhos nas últimas rodadas. Hoje, a equipe das Laranjeiras rejuveneceu a esperança de permanecer na Série A ao conquistar o 42º ponto. Pouco mais "velho" que o Tricolor carioca, Botafogo e a dupla paranaense Coritiba e Atlético ainda temem a insistente ameaça de queda. Vitória, Santos e Barueri sabem que o mínimo tropeço pode custar a perda do ingresso na Sulamericana. Enquanto alguns quarentões brigam por Sulamericana, outro já está garantido na Libertadores. Sem pretenções no campeonato, o Timão vai deixando o tempo passar.
Dos cinquentões, a briga está dividida entre Sulamerica e Libertadores, com dois senhores ainda pensando mais alto. Goiás, Grêmio, Avaí, Cruzeiro e Atlético-MG tentam disputar a mais tradicional competição interclubes da América no próximo ano. Com 59 pontos, Palmeiras e Internacional aguardam os tropeços dos sessentões Flamengo, 61, e São Paulo, 62.
Apesar da "maturidade", a 36ª rodada mostrou que jogar pela liderança é uma coisa, jogar pela liderança sob pressão é outra e que exige cabeça no lugar. Talvez por nervosimo, dos sete primeiros colocados no Brasileirão, apenas o Inter venceu... justamente o Colorado que aparentemente já dava o título como assunto encerrado. O São Paulo não se acertou com o Fogão. O Mengão, sabendo que podia conquistar a liderança, tremeu as pernas justamente em casa, contra o Goiás.
Destaques
- Bola cheia: Náutico. Aguerrido, o Timbú quer, no mínimo, vender bem cara a queda para a Segundona.
- Bola murcha: Palmeiras. O Verdão vibrou no fim de semana, mas lamentou derrota e saiu de cabeça inchada e machucada por - literalmente - os próprios erros...
- Deu com os burros n'água: Flamengo. O Urubu falou de mala branca como fosse algo inédito no futebol... o assunto ética é outra coisa. O bolso do Barueri bem sabe disso.
- Gol da rodada: Aílton, meia do Náutico. Cobrar pênalti com grande precisão não é para todos e acertar aos 47 do segundo, fora de casa, fugindo do rebaixamento é mais que loteria.
- Pedra na chueteira: Cuca, treiandor do Fluminense. Mesmo vencendo o Sport, teve de tentar animar os jogadores que lamentaram a vitória do Fogão.
- Rei da rodada: Jobson, atacante do Botafogo. Mesmo levando o vermelho por tirar a camisa, o atacante "abriu e fechou" o placar favorável no jogo mais importante do Fogão neste Brasileiro.
- Sem ter o que falar em casa: Sport. O time está ilhado com a lanterna. Fez uma partida bisonha contra o Flu.
Corinthinas 2 x 3 Náutico - Mesmo vencedo "virada de virada", o Timbú está virando de divisão. O Náutico realizou uma grande partida contra o Timão em São Paulo. Abriu o placar com Bruno Mineiro, ainda no equilibrado primeiro tempo. Depois do intervalo, na mesma barra, Ronaldo "imitou" Bruno Mineiro e, de cabeça, empatou. Pouco depois, Mineiro perdeu a cabeça, foi expulso e o Timão virou. O Timbú ainda teve Bala para empatar e Aílton, de pênalti, para virar. No Pacaembú, contra os time pernambucanos, o agora cabeludo Fenômeno gosta de fazer gols de cabeça... como a defesa do Sport, na oportunidade do primeiro turno, assistiu dois.
Atlético-PR 1 x 1 Cruzeiro - Sonhando com a Libertadores, o Cruzeiro segurou o ainda ameaçado Furacão, mas afrouxou possível classificação. Na Arena o Cruzeiro não contou com o Gladiador - Kléber está se recuperando de cirurgia no púbis. Em Curitiba, o Atlético teve amplo domínio territorial e maior posse de bola no segundo tempo - os 45 minutos iniciais foram truncados. Aos 28, depois de perder várias oportunidades, os anfitriões aproveitaram a retranca dos adversários e abriram o placar. Paulo Baier fez bela assistência para Marcinho, de cabeça, abrir o placar. Como não é louca como Don Quixote, a Raposa fez mais que brigar com o vento; enfrentou o Furacão e arrancou um precioso ponto no minuto final.
Santos 4 x 0 Coritiba - Em campo, o Coxa "fez" a quadra e teme a Segunda. Com um verdadeiro espetáculo do meia Madson, o Peixe deu uma espinhada no Vovô Paranaense. À Ronaldinho Gaúcho contra a Inglaterra, Madson abriu o placar cobrando falta. Depois fez duas assistências - literalmente - mortais... o Coxa que já vinha mal, estava enterrado com o placar de 3 a o na Vila. Até que antes do apagar das luzes, Neymar fez o segundo gol dele, um golaço, e o quatro do Santos. O Coxa perceu a seriedade de evitar o rebaixamento no ano do Centenário. O Peixe fugiu da chance de queda e de quebra pode pensar em Copa Sulamericana.
Santo André 4 x 2 Avaí - Temendo queda, o Santo André atrapalhou o caminho da glorificação avaiana. Em jogo empolgante no Bruno José Daniel, Marcelinho Carioca, sem tempo para paradinha, cobrou pênalti com violência para abrir o placar. Com mais dois fortes chutes no segundo tempo, o Ramalhão chegou a estar vencendo por 3 a 1. Aos 30 minutos, o Avaí diminuiu o placar em lance que Neneca quase desmaiou. Muriqui chutou forte e Neneca defendeu com o rosto. Caído, o goleiro do Santo André nem viu o gol de Marquinhos. Aliviando a situação no jogo, Camilo marcou o segundo gol dele no jogo e o quarto do Santo André que ainda se agoniza para permanecer na Série A.
Sport 0 x 3 Fluminense - Com Mala branca, o Leão "guardou" de vontade de vingar derrota leoninda. Se fosse vôlei, poderiamos dizer que houve, ou há, côco na Ilha. Depois de um primeiro tempo fraco, o Fluminense jogou razoavél no segundo, o suficiente para fazer três gols e conquistar três pontos. Contra a própria meta, Zé Antônio abriu o placar... era o início do fechamento, de cadeado, da mala branca. Fred e Conca completaram o placar. Com muito espaço, o meia argentino foi o melhor em campo.
Botafogo 3 x 2 São Paulo - A vitória do Fogão esquentou os capítulos do título e da degola. O encontro no Engenhão foi eletrizante. Ao 14 minutos, o atacante Jobson fez um golaço. Nitidamente temeroso, o time da casa ficou postado na defesa, abrindo espaço para o líder do campeonato. Punido pelo demora dos gandulas na reposição de bolas, o Botafogo amargou o empate ainda nos acréscimos do primeiro tempo. Aos 50 minutos, Washigton empatou o jogo. No segundo, Washington arrumou espaço para Jorge Wagner desempatar. Em lance confuso, chutaram a bola em Renato que deve ter comemorado o gol de "cabeça inchada". Mas a dor de cabeça ficou mesmo para os tricoleres. Aos 44 do segundo, Jobson mais uma vez infernizou a defesa do São Paulo: 3 a 2. O São Paulo perdeu oportunidade de quase garantir o título; o Fogão aproveitou a oportunidade de sobreviver fora do Z-4.
Flamengo 0 x 0 Goiás - Torcendo pelo Fogão, o Urubu acabou se esfriando em campo contra o Goiás. Com o Maracanã lotado, o Mengão tentou vencer, até mesmo pelo mais magro dos placares, para alcançar a liderança. Sabendo do resultado negativo do São Paulo, os urubus parecem ter sentido o peso da cobrança. Jogar com pressão é outra coisa. Ironicamente, o Goiás, que muitas vezes falhou neste aspecto, segurou as asas do Urubu. O Goiás enxerceu forte marcação e jogou até melhor que o adversário. Bruno foi o destaque do primeiro tempo.
Vitória 2 x 1 Barueri - No Barradão, o Vitória enconstou no Abelhão na briga por vaga na Sulamericana. Apesar de um primeiro tempo sem gols, o time da casa exerceu forte pressão sobre o Barueri. Até mesmo a barra do goleiro Dênis sentiu a vontade leonina. No segundo tempo, Leandro Domingues e Roger fizeram os dois gols do Vitória. Fora de casa, na Bahia, Val Baiano ainda deixou sua marca de artilheiro. O efeciente artilheiro do Barueri chegou ao 16º gol no campeonato e ainda sonha com a artilharia do Brasileirão.
Atlético-MG 0 x 1 Internacional - O Saci teve noite de gala diante do Galo. O Inter cumpriu exatamente o que o treianador Mário Sérgio defendeu durante a semana de preparação para encarar o Atlético no Mineirão. Exercendo forte marcação, os colorados jogaram esperando o erro do adversário e aproveitaram uma brecha já ao 15 minutos do primeiro tempo. Em falha de posicionamento da defesa atleticana, Alecsandro fez boa jogada, mas finalizou na trave, o meia Giuliano não perdeu tempo e fez o gol que deixou o time gaúcho ainda na briga para conquistar o último título da década. Ao Galo resta lamentações. Com a derrota em casa, o Atlético-MG precisaria de um milagre para levantar a taça de campeão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário