segunda-feira, 29 de março de 2010

O Futebol de Armando Nogueira

Por Roberto Vieira

Do "O Blog do Roberto".


Os três maiores cronistas do futebol brasileiro.

Agora batem bola na eternidade.

Primeiro se foi nosso Friedenreich:

Mário Filho.

Palavras e toques exatos, milimétricos.

Inventor do futebol fora das quatro linhas.

Depois partiu seu irmão, Nelson Rodrigues.

Garrincha de frases cortantes e desconcertantes.

Sempre driblando pela direita.

Até que a realidade mostrou-se surda.

Hoje se foi Armando Nogueira.

O menino de Xapuri.

Terra da borracha, da riqueza e da miséria.

Terra onde o menino corria atrás de uma bola.

Nos campinhos na beira do rio.

Armando que foi a síntese da poesia no futebol.

Armando que se deslumbrou com Heleno de Freitas.

Armando que fazia da pauta, latifúndio.

Armando que tal e qual Nilton era muitos sendo um só.

O futebol é jogado com os pés e feito de gols.

Mas se o futebol tem alma.

A alma do futebol está na sua poesia.

Poesia que brota das letras de quem ama o futebol-sonho.

Hoje a poesia do futebol está em silêncio.

E vai permanecer assim por algum tempo.

Pegando carona no também lendário Drummond.

Difícil não é escrever mil poesias como o Armando.

Difícil é escrever uma só poesia como Mestre Armando Nogueira.

2 comentários:

Felipe disse...

Ele vai deixar muita saudade.

Houldine Nascimento disse...

Uma grande perda mesmo, amigo Daniel, uma lacuna que se deixa no jornalismo brasileiro.