Maradona é – ainda, talvez – um mito entre o povo argentino. Porém, a força da imagem do “Pibe de Oro”, hoje com 49 anos, está cada vez menos valiosa entre os portenhos desde que a Argentina optou pelo ídolo no comando técnico da seleção. Apesar de vários episódios negativos na carreira, como dependência de drogas e envolvimento com a máfia italiana, a perna esquerda – e La mano de díos, direita – garantiu um saldo mais que positivo para que Maradona seja considerado um deus na Argentina.
Abominando qualquer cargo administrativo, Maradona sempre demonstrou vontade de continuar usando o nariz... e sentir o cheiro dos gramados. Se alguns reclamam a falta de preparação prática de Dunga para dirigir a seleção brasileira, o que imaginar de Maradona que nem, ao mínimo, demonstrou utilização e variação de esquemas táticos no comando da fortíssima - pelo menos no papel - seleção argentina?
O desmantelo de Maradona é total. No aspecto psicológico apresentou um show de arrogância e senso desagregador ao barrar atletas como Riquelme e Cambiasso. Com Maradona, os atletas argentinos não apresentam garra, parecem insatisfeitos com o atual líder do time.
Se ao mesmo tempo o destino sorriu para Maradona como para muitos outro craques consagrados no futebol mundial, o mesmo destino, às vezes, tem feições irônicas para o baixinho portenho. Ao encerrar a carreira de futebol, no Boca, Maradona foi barrado pelo jovem, na época, Riquelme que saiu do banco para trocar de lugar com o "deus argentino" que estava fora de forma. Se a primeira impressão é a que fica, Maradona foi embora, mas guardou algum sentimento ruim ao jovem meia promissor. Ironicamente, hoje, Maradona vai ter que engolir Riquelme mais uma vez. Com a imposição da Associação Argentina de Futebol, Maradona terá de rever a situação de Riquelme barrado... ou ainda, mais uma vez, Riquelme aparece em algum lugar que Maradona está encerrando carreira.
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