sexta-feira, 16 de outubro de 2009

A corrida contra os pontos corridos

A polêmica sobre a fórmula do Campeonato Brasileiro voltará nos próximos dias. Insatisfeita com o retorno financeiro, a Rede Globo - principal investidora da competição - já escreveu alguns episódios desta nova novela.
Em primeira análise, a proposta da emissora carioca ficou estranha. Agradando os defensores do mata-mata, a sugestão de emissora ainda deixa um pouco de vida aos pontos corridos.
Realizar um turno único com classificação dos três primeiros para a Libertadores é a arma contra o argumento de que não valeria muita coisa ser primeiro ou oitavo no mata-mata. Às vezes, jogar a primeira partida de playoffs em casa pode ser vantajoso.
Clubes como Cruzeiro e São Paulo, logicamente, não gostaram da idéia. A fórmula atual beneficia clubes que possuem sólidas estruturações em todos os setores.
Assim, desde 2003, há uma nova ordem no status de "ser grande" no futebol nacional. Pontos corridos evita ou pelo menos diminui as possibilidades de taças por sorte ou erro de arbitragem.
Não podemos mentir, a final do Brasileirão ainda tem mística, causa saudade. Mas tudo pode depender do nosso fator cultural, de apenas ter novos hábitos e costumes de apreciação de fórmulas de campeonatos. Hoje, estamos apenas no sétimo ano de campeonato de pontos corridos.
Sobre a questão, muita conversa deve acontecer. Mas o Brasil não pode continuar com a imaginação de que o Brasileirão deve ser à parte dos nacionais no resto do mundo. Uma adaptação com a simplicidade de um campeonato argentino, por exemplo, poderia ser interessante e mais sútil na forma de alterar o modo atual.

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