quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Treinadores x Comunicadores: as estranhas histórias de chupar e engolir

Não, Maradona e Zagallo não formaram nenhuma banda musical que utiliza palavras de duplo sentido... mas o sentido da dupla deve ser mesmo uma dessas edições de "melôs do youtube". Nos dialetos futebolísticos, é comum ouvir histórias de comer a grama, saborear a vitória ou jogar com os dentes caindo, mas engolir e chupar são situações que complicam até as teorias de Freud sobre a fase oral.
Em 1997, após a conquista da Copa América, Zagallo, aos microfones, gritou: "Vocês vão ter que me engolir!". Uma resposta do Homem das 13 letras para uma meia dúzia de jornalistas que simplesmente criticavam o trabalho do trainador na época. Quase 13 meses depois, Zagallo e o elenco canarinho acabaram se engasgando com os três gols da seleção francesa na final da Copa de 98.
Ontem, na classificação argentina para a Copa de 2010, o treinador Maradona, assim como Zagallo, voltou à fase oral. Aos microfones, Maradona gritou: "Eh, Chupem! Chupem!", em referência aos jornalistas portenhos que o criticavam e especulavam intriga com Carlos Bilardo, dirigente da AFA.
Independente das pirotecnias de Maradona, as críticas dos jornalistas argentinos sobre a seleção, obviamente, faziam sentido. A Argentina, hoje, possui um dos elencos tecnicamente mais fortes do mundo e não conquistar vaga seria um desastre, uma barbeiragem com uma Ferrari novinha em folha.
A atitude de Maradona parece mais uma jogada estratégica. Vencendo em campo, Maradona inicia agora nova disputa. Conhecendo o próprio rendimento abaixo da espectativa, uma chuva de dúvidas e críticas para a permanência do Pibe de Oro devem ser discutidas na Argentina. Levantar a questão de rixa entre treinadoror e imprensa facilita desvio dos focos reais na briga para permanecer até a Copa da África do Sul. Desta forma, o treinador Maradona já demonstrou que não jogará na retranca.

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