A Federação Pernambucana de Futebol agiu de dois pesos e duas medidas. Desconsiderar, ao ponto de nem dialogar com a diretoria patativa, a solicitação de arbitragem de outro estado para o jogo do Central contra o Santa Cruz foi uma pisada de bola do presidente Carlos Alberto Oliveira.
A partida em Caruaru é decisiva para a continuidade de vida dos alvinegros ou tricolores. Ou seja, jogo com importância de estar ou não em atividade até o fim do ano. Ficar cinco meses sem participar de uma competição oficial é o pesadelo de todo e qualquer clube que planeja uma saúde financeira que honre seus compromissos.
Apesar da valia em campo para os dois pernambucanos, o presidente Carlos Alberto Oliveira minimizou e menosprezou o jogo por conta da competição: a Série D. "Se um quadro local não tem condições de apitar um jogo de Quarta Divisão, melhor seria dissouvê-lo de uma vez", declarou o presidente da FPF que talvez tenha esquecido que duas das quatro equipes mais tradicionais do estado estão justamente na Série D.
Alguns clássicos no Campeonato Pernambucano, na própria gestão de Carlos Alberto, contaram até com arbitragem internacional. Em situações recentes, Santa e Sport solicitaram e foram atendidos em pedidos de árbitros fora do quadro regional ou nacional, mesmo que nestes casos a competência não fosse da FPF, a sensação para ambos clubes foi de conquista por direito que os assistiam.
A afirmação de Carlos Alberto Oliveira sobre as condições do quadro de árbitros pernambucanos terem ou não condições de participarem da "Quarta Divisão" é uma ofensiva à própria FPF. Se a "Quarta Divisão" tem nível de exigência de qualidade de árbitro que não arbitrar uma partida decisiva entre dois clubes do mesmo estado seja tão deprimente ao ponto de dissolução, o que fariam dois tradicionais representante do estado nesta competição? Estariam no lugar correto? Na melhor das intenções regionalistas, o fracasso dos tradicionais clubes pernambucanos é o fracasso da FPF.
Fonte: Jornal do Commercio.
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