Em minha época de escola não havia televisionamento de vários jogos do meu time do coração, não dava a mínima para isso. Acordar cedo de segunda a sexta jamais impediria meu ritual noturno de deitar na cama, fechar os olhos e... colar o radinho no pé do ouvido.
Com o poder mágico da voz de Adilson Couto, acompanhava do clima meteorológico ao clima espiritual dos jogos. Por pensamento, agradecia, louvava e até xingava vários jogadores.
Como um maestro, Adilson Couto ditava, inconfundivelmente, o ritmo do tum tum tum. O Grito de gol era emocionante até se, de repente, estivesse pego no sono e acordasse com o Grau 10 Internacional soltando a voz sem que eu tivesse fé se o gol foi de bicicleta, contra, através de penalti inexistente ou de bomba fora da área. Era emoção do mesmo jeito. Ainda na maestria, narrar um gol de clube adversário de pernambucano parecia uma emocionada reclamação. Inconfundível e Perfeito!
Mais que a visão e audição que a TV proporciona hoje, as narrações de Adilson Couto tinha algo de mágico que nenhuma tecnologia de alta definição pode produzir. Mais que qualquer partida em que meu time do coração perdesse, essa partida para um novo mundo, lamentavelmente, será a mais inesquecível.
Descanse em paz!
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